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O QUE É O TEMPO AFINAL?

O tempo pode parar?

Outro dia me vieram à mente algumas perguntas do tipo: Como o tempo passa? O tempo pode parar? Podemos voltar no tempo? E avançar? Enfim, o que é o tempo?

Tentei reler a definição do que é um segundo em um livro de Física, a fim de obter alguma resposta. Havia essa definição: “Um segundo é o tempo de duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133”.

Fiquei com mais perguntas do que antes. Radiação?! Níveis hiperfinos?! Césio-133?! Entendi é nada!

O tempo não pode ser essa loucura. Não pode ser definido friamente dessa forma. Concordo com o que Santo Agostinho disse, “O que é o tempo afinal? Se ninguém me pergunta eu sei, mas se me perguntarem e eu quero explicar, já não sei”. Ou seja, para ele, o tempo existe apenas como aquilo que escapa. Que podemos experimentar o tempo, mas não conseguimos dizer o que ele é. Que o tempo se apresenta para nós como aquilo que foge, que escorrega, quando vamos defini-lo, já passou. É como uma pedra que cai de um abismo, só lhe resta chegar ao chão.

Embora o relógio, que é uma máquina implacável, possa medir o tempo, para nós humanos, ele faz parte das sensações. O tempo pode causar alegria ou fazer chorar. O tempo acalma e apazigua. Pode passar rápido ou demorar, tudo depende do que estamos fazendo. Quando estamos atrasados ou com a pessoa amada, parece que o tempo passa mais rápido, porém quando estamos em uma fila, a sensação é que aqueles quinze minutos duraram muito mais.

O tempo é algo particular e cada pessoa o percebe de maneira diferente. Se perguntarmos a uma criança se falta muito para fazer aniversário, certamente receberemos a resposta de que falta muito tempo. Mas, se fizermos a mesma pergunta a um senhor de idade, obteremos como resposta que o aniversário passado parece que foi ontem e que o próximo está quase chegando.

Essa relatividade ocorre por que à medida que o tempo passa, a sensação é que ele passa mais rápido ainda. Quando temos 5 anos, um ano é relativo aos cinco de nossa vida, ou seja, um ano é 20% dela. Isso parece muito tempo. Mas, quando temos 50 anos, um ano corresponde somente a 2% de nossa vida! Daí a sensação de parecer ter sido ontem. Isso ocorre porque sempre compararmos o passar do tempo com o tempo da nossa vida.

Rápido ou lento, tudo tem seu tempo. Houve o tempo da escravidão e o da libertação. Há o da germinação e o da gestação. O tempo do ódio e o do amor. O do trabalho e o do descanso. O tempo da eleição e o da vitória (ou do arrependimento). O tempo do nascimento e o da morte. Nada é eterno, tudo passa ou repassa.

Na Matemática da vida não precisamos ficar somando os anos vividos ou subtraindo os anos que supostamente ainda temos para viver. Devemos viver o instante presente, fazer-se presente, mesmo por que a vida é feita de instantes, de acontecimentos.

O tempo passa, foge, não volta mais. Por isso, não deixemos que o nosso tempo escorregue por entre as frestas da vida sem aproveitá-lo.


Diz aí, como você mais gosta de aproveitar o seu bem mais precioso? Como você mais gosta de aproveitar o tempo?