Marlon de Albuquerque
Sinopse da obra
Esse e livro foi o mais difícil que já escrevi. Foram cinco anos
de construção de roteiro, pesquisas, introdução, desenvolvimento e conclusão
desse projeto ( tive o privilégio de contar com uma equipe de colaboradores
demasiadamente capacitada) . Em muitos momentos, senti vontade de abandonar a
obra; senti dores de parto, durante toda escrita, talvez pelo fato de escrever
sobre pessoas tão próximas a mim. Mas, ao final dele, me senti sentado à mesa
posta, celebrando com todos os meus leitores o triunfo da fé sobre tudo aquilo
que há de diabólico no mundo.
Esse livro poderia se chamar, ”O SOFRIMENTO COMO LUGAR DE
REVELAÇÕES ILUMINADAS”, pois jamais conheci em toda minha vida uma pessoa com
tamanha capacidade de transformar lata em ouro, como Maria a “ heroína” dessa
história.
Alguns nomes foram modificados a pedido das personagens.
Essa leitura chegou a suas mãos por um motivo, mas vai
permanecer por outro. Sabe qual? Descubra, abrindo todas as torneiras da sua
sensibilidade. Existem distâncias que não são geográficas, são do nosso vazio
interior; não são percorridas pelos nossos pés, uma vez que são espirituais -
somente pessoas incomuns conseguem trilhar esse caminho e, no final dele,
encontrar a chave que nos liberta das correntes da alma.
Somos como rios. Um rio só chega ao mar depois de ter encontrado
outros rios pelo caminho. É mixórdia do percurso, quando na solidariedade de
encontros o rio vai se agigantando, deixando de ser só, tornando-se outros.
Essa analogia nos faz bem, se entendermos o avesso dela.
Um livro que tem como pano de fundo a poesia retirada dos olhos
de pessoas que aprenderam, pouco a pouco, a gerenciar suas próprias misérias no
ventre do silêncio. Tem-se um longo processo singular da promessa encarnada
dirigida do templo do coração, do relicário do ser ao ser.
Esse trabalho possui três marcas: humanismo, simplicidade e
provocação. A primeira para nos devolver a nossa humanidade falida e nos
lembrar, a todo tempo, que o outro caminhante ao nosso lado, cheio de feridas,
nos recorda o que somos. Com esse confronto, não sabemos lidar. Daí nasce o
nosso desprezo. Quando sofremos ou choramos somos todos iguais. Sábios e
ignorantes, mestres e alunos, inocentes e culpados, ricos e pobres, famosos e
anônimos, torturados e torturadores - somos todos iguais. A segunda para nos
mostrar que, com a ausência das coisas simples, nunca atingiremos o almejado
estado de nirvana. Finalmente, para nos perturbar, retirando, debaixo das
sombras, as pessoas que a sociedade insiste em colocar na moldura cruel da
invisibilidade.
Como escritor, eu dou o direito ao grito, ao pranto e ao canto
às pessoas que, até então, se encontravam fora do tecido social.
Espero com esse trabalho trazer um novo debate público,
promovendo inclusão social a todos aqueles que a sociedade insiste em jogar nas
periferias da vida, negando seu direito à visibilidade e ao amparo social.
O campo de batalha nasce nos escombros do mundo, nas esquinas do
nosso ser. A mesa posta começa, quando do inesperado, uma mão se estende em
direção à nossa e nos faz crer que a melhor alternativa é seguir rumo à terra
prometida; ela existe e eu provo nesse livro. Siga rumo a ela, mesmo que
rastejando. Sempre siga em frente, mais adiante você vai entender tudo. Páginas
da vida cheias de enfrentamento, alegrias e limites iluminam com todas as suas
contradições as páginas desse livro.
Encontra-se em suas mãos um texto que esconde, nas entrelinhas,
punhados de remédios que curam as cicatrizes carregadas por nós, consciente ou
inconscientemente no sentido analítico-existencial e espiritual.
Como filósofo e psicanalista, visitei as indigências do mundo,
para desvendar o misterioso conceito de fé. Conversei com muita gente marcada
pela vida, mas perseguidora de sonhos brilhantes, portanto esse livro é fruto
de um trabalho criterioso de pesquisa, e da jornada da Maria - uma mulher que
possui a dureza dos metais e a sensibilidade das flores, como diz o poeta. Não
se trata de um livro de ficção. Confesso que coloquei punhados de minha fértil
imaginação, mas, no geral, tudo que há aqui são histórias da vida real, nem
sempre tão doce, nem sempre tão amarga.
É um livro sobre pessoas prenhes de fé, esperança e amor.
Mergulhei na mística das aspirações femininas para dar a palavra
(em formato de canto) às mães de modo geral, especialmente as mães de
presidiários, LGBTs, dependentes químicos, prostitutas, crianças com
necessidades especiais, suicidas, abortados, cadeirantes, soropositivos e
tantas outras.
A personagem central do livro é Maria - uma retirante nordestina
que sonha com um futuro melhor para seus filhos, mas se esbarra em três pedras
no caminho que serão apresentadas ao longo da leitura. A destemida Maria é “uma
mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta”, vale ressaltar
que “quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”.
O senso comum (nem sempre sensato) sabe que as drogas somente
levam a dois caminhos: cemitério ou cadeia, mas Maria bordou sua história com
linhas de fé e isso não a impediu de conhecer pelas escolhas de seu filho,
Luciano, o quinto dos infernos, mas é com muita alegria que venho anunciar a
passagem de Maria pelo inferno, sem, contudo, ter permanecido nele.
Entre o que a sociedade e a ciência dizem e os planos de Jesus
há uma distância muito grande. Em meio a presídios, cemitérios e o quinto dos
infernos, aqui personagens se reinventam derramando luzes onde antes só havia
treva. Esse livro tem a missão salvífica de provar que não há mal que dure para
sempre.
Eu, como pesquisador da alma humana, penso que é justamente aí
que se manifesta a grandeza do altíssimo, a magia do mundo e o milagre doce de
viver. É assim que se intui, de um modo ou de outro, que nenhuma mudança, por
sutil que seja, pode ser feita sem uma dose de ruptura ou sacrifício.
Esse livro brotou em meu coração através de olhos de seres
humanos que se encontravam enjaulados por pessoas, coisas, fatos e sintomas. Eu
falo da prisão do pensamento. Não, apenas, a do corpo. O mundo chora o tempo
inteiro e, muitas vezes, o remédio são mamadeiras de palavras, mas ninguém as
quer oferecer. Eu me deparei com matérias humanas cruelmente feridas pelo
mundo, mas cicatrizadas pela fé na vida, em Deus e na possibilidade de mudança.
Quem ler esse livro sentirá desejo natural de ojerizar todos os
tipos de entorpecentes. Quem ler esse livro terá aberta a porta do coração e, a
partir daí, o mundo não vai mudar, mas seu olhar sim. Terá um coração capaz de
acolher a todos aqueles a quem a sociedade despreza, mas a quem Deus tem
preferência. Estranho para você? Para mim também. Mas, quando Jesus voltar,
seus amigos não serão aqueles ajustados socialmente e sim aqueles que não
merecem ser escolhidos e é nessa mística que está à grandeza dele - um coração
tão imenso que acolhe todos.
Talvez você ainda não tenha encontrado uma saída para seu
sofrimento, porque ainda não teve coragem de mergulhar com inteireza no
mistério dele.
Maria fez isso. Aceitou com resignação e humildade seu
purgatório e provou pela sua história de fé e superação que o sofrimento é
ponte e, se interpretado da forma certa, deixa de ser um calvário e se
transforma em um lugar de revelações iluminadas.
Quando terminar de ler esse livro, feche os olhos e,
infalivelmente, seu coração vai te dizer em alto e bom tom: Deus está presente
o tempo inteiro.
Link do livro
https://clubedeautores.com.br/livro/do-campo-de-batalha-a-mesa-posta#.WxExJ2gvy00
Breve biografia do
autor
Sou professor de
filosofia, poeta e psicanalista. Escrevo desde criança. Também sou autor de uma
das revistas eletrônicas mais amadas do país: Barulho do vento. Sou pesquisador
e profundamente apaixonado pelos bastidores da alma humana e pelos escombros do
mundo. Escrevo para iluminar almas, inclusive a minha. Alquimia da dor é meu
segundo livro, o primeiro é O GOSTO DO SEXO SEM ROSTO- Sobre variações sexuais.
Que por sinal é hoje o mais vendido, entre mais de quinhentos títulos,
existentes em minha editora . ( gratidão me define).
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